Para serem encontrados em buscas no Google, portais investem em SEO

Em tempos em que a quantidade de informação disponível ultrapassa a capacidade de consumo dos internautas, ser encontrado nos buscadores como Yahoo e Google é uma das valiosas metas dos portais de notícias. Tanto que, o esforço das empresas para fazer com que seus textos sejam localizados só tem aumentado, aquecendo o mercado de otimização de sites para mecanismos de busca, conhecido como SEO (Search Engine Optimization). Entretanto, a tarefa não é simples, requer técnica e investimento para, como dizem os especialistas, ranquear nos buscadores.

Apesar de o termo SEO ser mais familiar aos profissionais da área de marketing digital do que propriamente dos jornalistas, cada vez mais ele tem feito parte do vocabulário das redações. E vem se consolidando como uma das ferramentas mais importantes para os portais de notícias interessados em aparecer como as primeiras opções de pesquisa do buscador. Em português existem variações nas definições do termo. Mas em sua essência, o SEO permite que uma determinada página, ou até mesmo todo um site seja compreendido de forma mais eficiente e mecanicamente encontrado pelas ferramentas de busca.

A dinâmica é disponibilizar no texto, tags e informaçõees que possuam força para indicar ao mecanismo de busca que a notícia se relaciona com tal conteúdo. Por exemplo, em um momento em que a palavra hacker está sendo altamente procurada em função dos ataques ocorridos aos sites do governo, saber utilizá-la em um título pode significar a oportunidade de estar entre os primeiros encontrados, na hora em que um internauta digitar esse termo no campo de pesquisas.

Mercado aquecido

A prática de SEO surgiu com a nova geração dos sites de busca. Antes da sofisticação do recurso, as buscas eram organizadas em links por ordem alfabética. Era o caso do diretório de buscas "Cadê" Já nas ferramentas mais modernas, as palavras são encontradas por relevância, ou seja, pelo potencial de atração de cliques da palavra, ou tag disponibilizada por um portal.

Apesar de ser utilizada por todos os portais profissionais e de ser um serviço oferecido por muitas empresas de consultoria, o SEO não dá garantias de que o site fique em primeiro em um processo de busca. Antonio Guerreiro, diretor geral do Portal R7, utiliza e reconhece a importância da ferramenta. Mas antes de realizar qualquer investimento, analisa criteriosamente seu prestador de serviço. "SEO está na moda, com isso eu tenho desde empresas que fazem muito bem e que provam cientificamente que aquilo funciona, fornecedores que entendem muito bem de page rank. Essas pessoas sempre têm portas abertas para que possamos investir. Mas por outro lado, tem muita gente achando que sabe fazer SEO sem saber. É preciso tomar cuidado e ter um bom filtro", destaca Guerreiro.

Crédito:Divulgação

Cristina Deluca, redatora chefe do IDGNOW

Uma discussão presente na hora de aliar conteúdo de qualidade às técnicas de busca é: até que ponto um texto pode ser alterado ou produzido com o objetivo de ranquear. Cristina Deluca, redatora chefe do IDGNOW, ressalta que se os veículos querem efetivamente lançar mão de conteúdo de alta qualidade e de incrementos técnicos para ter melhor tráfego em busca orgânica eles devem "usar corretamente as técnicas de SEO nas chamadas, nos links contextualizados, e no conteúdo original e relevante. A variedade de conteúdo também é importantíssima para um bom posicionamento, sendo muitas vezes um ponto crucial", aponta.


Já Bruno Alves, profissional de SEO do G1, destaca que "ter conteúdo de alta qualidade que traga bom tráfego de busca orgânica, não são coisas antagônicas. O problema é quando os portais publicam conteúdo de alta qualidade, mas que não respondem ao internauta, não usam a linguagem do usuário ou são, simplesmente, confusos demais para serem ranqueados", destaca.

SEO na redação

Uma grande questão quando se fala em SEO aplicado ao jornalismo é como o repórter pode contribuir com os departamentos especializados em SEO na hora de produzirem suas matárias. Guerreiro destaca que o R7 realiza treinamentos periódicos com seus jornalistas e que vê uma aceitação positiva. "Como não e imposto, como não e algo de cima pra baixo, ligado ao departamento de tecnologia do que de conteúdo em si, o conteúdo dá muito mais apoio. Ai eu volto a te falar, tenho aqui uma consultoria em SEO e profissionais que trabalham na tecnologia com isso", diz Guerreiro.

Aline Sordilli, diretora de conteúdo do R7, reforça que a pratica de SEO não altera em nada a rotina do repórter e que o portal possui um departamento especifico para a tecnologia. "é claro, que em nossos treinamentos frisamos que é preciso pensar em ser encontrado, mas nada que altere de forma brusca o processo de produção". A jornalista que já atuou com SEO em outros veículos da Editora Abril, ressalta que a prática de busca não pode interferir no conteúdo jornalístico, se intervenções tiverem que acontecer que seja na hora de programar as matérias.

Para Axeu Beluca, diretor do núcleo jornais do paranaense Grpcom, responsável pela publicação do jornal Gazeta do Povo, o SEO é uma ferramenta que não pode faltar para qualquer produtor de conteúdo que queira se posicionar positivamente. Entretanto, ele deve ser feito de forma equilibrada e por quem efetivamente entenda do assunto. "Nos preocupamos sim em ranquear, mas por outro lado não comprometemos nosso conteúdo, a programação fica por conta de profissionais

Fonte: Portal Imprensa

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