Apenas 5% dos donos de empresas de internet têm mais de 51 anos

Ao lado de uma maioria jovem que tenta alcançar o sucesso com suas start-ups (empresas iniciantes de tecnologia) e lojas virtuais, há uma minoria de empresários com mais de 51 anos que também quer um lugar ao sol na economia virtual.

Eles são 5% dos empreendedores digitais no Brasil, de acordo com uma pesquisa da e.Brics Digital, fundo de investimento do grupo RBS. O estudo mostra que 46% dos empresários do setor têm até 30 anos de idade. A pesquisa foi feita com 342 pessoas.

Investidor-anjo tem 44 anos em média

Olhando o cenário do país como um todo, 21,4% dos empreendedores iniciais (com até 3,5 anos de empresa aberta) têm mais de 45 anos, segundo a pesquisa GEM (Global Entrepreneurship Monitor) de 2012.

Um dos fatores para a concentração dos negócios nas mãos de jovens, de acordo com Andiara Petterle, diretora de estratégia digital da e.Brics, deve-se a uma diferença cultural.

"Há 15 anos, se alguém dissesse que iria abrir a própria empresa, os pais entrariam em pânico. Hoje, empreender é visto como algo legal."

Silmara Rodrigues, 52, é uma das empresárias que decidiram entrar na web. Dona de uma loja com o seu nome, ela vende roupas para mães e bebês há 30 anos e há três meses criou um e-commerce. A empreendedora diz que tomou a decisão para se manter atualizada.

Ela conta que acessa a internet e lê e-mails com tranquilidade, mas diz que não é muito ágil com tecnologia.

Por isso, contratou um especialista para criar a loja virtual e uma agência de marketing digital para fazer a divulgação. "Até os jovens se perdem com tanta informação. Imagina na minha idade", afirma a empresária.

Seu principal desafio é definir os produtos da loja física que ficarão expostos na página na internet.

"Trabalhamos mais com variedade de produtos do que com quantidade de itens. Até que colocássemos tudo na loja virtual, alguns dos produtos já teriam acabado no estoque", conta Rodrigues.

SEM PRESSA

As dificuldades técnicas estão fora da rotina do engenheiro Milton Fernandes, 59, que já foi dono de empresas do setor atacadista.

Ele desenvolveu por conta própria o portal da construção civil Constru.Biz, que deverá unir comércio virtual e uma biblioteca com conteúdo produzido de forma colaborativa. Atualmente, ele desenvolve o projeto com mais uma funcionária.

Ao contrário de grande parte dos donos de start-ups, que fazem esforço para conseguir investidores, ele diz que não está em busca de aportes. "Não tenho pressa para crescer", afirma.

"Estou em uma fase em que não tenho compromisso com ninguém, não pago prestação de casa ou de carro. Não preciso vender minha alma para o diabo para ir atrás de dinheiro."

Fonte: UOL

Compartilhe